Na prática, nem sempre é uma tarefa fácil decidir o que vai para o “Lixo que não é lixo” e o que pode ser encaminhado para o aterro sanitário. Surgem dúvidas corriqueiras, como:
As confusões acabam levando à separação incorreta e representam custos adicionais. Em Curitiba, das 100 toneladas coletadas diariamente pelos caminhões especiais, 30 toneladas não são encaminhadas para a reciclagem. São materiais contaminados ou impróprios para o reaproveitamento, que chegam à usina de separação e acabam sendo levados para o aterro como lixo convencional.
O erro mais comum é misturar materiais “sujos”, que inviabilizam o reaproveitamento de outros produtos, conta o chefe de serviço de de limpeza pública da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Edson Rolim de Moura. “A pessoa acha que porque separou uma garrafa PET está colaborando com a reciclagem. Mas se o processo não for bem feito, o trabalho é perdido. Se tiver resto de refrigerante, o líquido pode escorrer e sujar o papel seco que estava na sacola”, comenta.
Mas então precisa lavar as embalagens? Não, necessariamente. No caso de garrafas e caixas de leite, por exemplo, basta virá-las e deixar escorrer o conteúdo antes de colocar na sacola. Usar água potável para limpar vasilhas destinadas à reciclagem é uma atitude controversa. Na maioria dos casos, representa desperdício de um recurso tão vital e caro. O ideal é que a água de reuso – como aquela que sai da máquina de lavar roupas – seja destinada para limpar embalagens, como frascos de molho de tomate.
No momento do reaproveitamento, os materiais serão higienizados. O problema se concentra no transporte e na armazenagem. Restos de produtos orgânicos nas embalagens ainda geram odor forte e atraem insetos. Nos casos em que a coleta é paga por volume ou peso, o envio de lixo sujo acaba pesando na conta. A nata azedou e o morador, levando em consideração apenas que o pote é de plástico, coloca a embalagem entre os recicláveis. Para fazer certo, é preciso esvaziar o frasco primeiro.
Muitas vezes, no afã de se livrar do lixo, a pessoa não leva em consideração se é dia de coleta seletiva ou de recolhimento de lixo convencional e coloca em frente ao portão uma sacola com todo o tipo de resíduos misturados. Os coletores do Lixo que não é lixo são instruídos a não recolher a sacola caso identifiquem a presença de material orgânico.
Dicas
Veja como é fácil separar corretamente o lixo:
Para afastar insetos, deixe o lixo armazenado em um recipiente fechado. É importante tampar a garrafa PET.
Vidros quebrados, lâminas de barbear e outros materiais cortantes ou perfurantes devem ser colocados dentro de caixas ou enrolados em folha de jornal, para não ferir os coletores.
Muitas pessoas amarram o cachorro à lixeira e não entendem porque os coletores não recolheram o lixo. Também é comum – mas errado – pendurar a sacola em portões e muros vigiados por cães.
A caneta estourou? Não coloque no lixo a ser reciclado. Mas quando a tinta acaba, basta separar as partes, jogar o tubo de tinta no lixo convencional e o plástico no reciclável.
Não deixe para colocar a sacola em frente ao portão somente quando ouve o sino do caminhão do lixo que não é lixo. Os coletores não podem esperar. Quando não dá tempo de recolher, a sacola fica para trás e é levada, pelo caminhão convencional, para o aterro.
Há coleta específica para recolher restos de jardinagem, materiais de construção e animais mortos, desde que dentro de limites considerados não-comerciais. Solicite o serviço pelo telefone 156.
Papel sujo não pode ser reciclado. Mas papel apenas molhado, pode. Então, se o lixo que você colocar em frente de casa tomar chuva, não há problema.
Não adianta mandar roupas no Lixo que não é lixo achando que elas serão doadas ou reaproveitadas. Além de não serem recicladas, as roupas acabam sendo levadas para o aterro.
Nem todo vidro é reciclável. O caminhão do Lixo que não é lixo não leva vidro de janela nem lâmpadas (que são consideradas tóxicas). Também latas de tinta não devem ser colocadas entre os materiais a serem reciclados. Caixa de pizza sem gordura pode ser reaproveitada, mas se o queijo grudou ou a gordura escorreu, coloque no lixo convencional.
Voltar
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam que cada brasileiro produz por ano cerca de meio quilo de lixo eletrônico. Considerando que o último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostrou que o país tem hoje mais de 190 milhões de habitantes, chega-se a um número de 95 mil toneladas de lixo eletrônico a cada ano.
Todo este resíduo carrega uma grande quantidade de substâncias tóxicas e metais pesados que, se lançados no meio ambiente, podem contaminar o solo, lençóis freáticos e cursos d’água.